O cooperativismo no Brasil
O cooperativismo no Brasil surgiu, da maneira como é conhecido hoje, no final do século 19. Ainda que houvesse indícios desse movimento na época da colonização portuguesa.
A primeira cooperativa do país nasceu no ramo de Consumo, na cidade mineira de Ouro Preto, no ano de 1889. A organização foi chamada de Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto.
Em 1902, surgiram no Rio Grande do Sul as cooperativas de crédito. Quatro anos depois foram as cooperativas do setor agropecuário que começaram a ganhar força por aqui. Mas somente em 2 de dezembro de 1969 é que foi criada a OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras. A entidade é tida como a defensora dos interesses do cooperativismo nacional.
Mas foi em 16 de dezembro de 1971 que o presidente da República sancionou a Lei 5.764/71. Essa é a lei que define a Política Nacional de Cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas.
Alguns pontos ainda restringiam a autonomia dos associados, desfeito totalmente pela Constituição de 1998. De lá para cá está proibida a interferência do Estados nas cooperativas.
Já no ano de 1998 surge o Sescoop – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo. Sua missão é monitorar as cooperativas e também incentivar o movimento cooperativista.
Números do cooperativismo no Brasil
Nos dias atuais, o movimento cooperativista no país tem se expandido consideravelmente. Situação que tem gerado emprego e renda, assim como melhores condições de vida aos cooperados. Afinal, o número de brasileiros que se uniram ao cooperativismo nos últimos oito anos aumentou 62%. O que gerou um crescimento de 43% na oferta de empregos.
A Pesquisa Nacional do Cooperativismo, realizada em 2018, concluiu que 40% dos brasileiros conhecem o cooperativismo. Desses, o maior índice está dentro das classes mais altas, o que alcança 66%. Ou seja, o movimento não deve ser relacionado apenas às classes baixas.
Quanto a receita bruta acumulada das cooperativas, a cifra chegou a R$ 259,9 bi. Entre pagamento de salários e benefício a funcionários, foram R$ 9 bi injetados na economia naquele ano; em tributos, R$ 7 bi.
Os números informados têm como fonte o Sistema OCB, através do Anuário Brasileiro do Cooperativismo de 2020 da revista Mundo Coop.
Os ramos do cooperativismo no Brasil
Do ano 1993 ao ano 2019, os ramos do cooperativismo se dividiam em um total de treze. Cada um classificativa a respectiva cooperativa de acordo com o segmento o qual ela atuava. A partir de 2020, a OCB segmentou o cooperativismo brasileiro em sete ramos.
No entanto, a última pesquisa sobre os números de cooperativas e cooperados por segmento ainda não leva em consideração a nova alteração. Mesmo assim, é válido conhecer alguns exemplos para ter a percepção do que o cooperativismo significa para o país.
Agropecuário | Infraestrutura + Habitacional | Crédito | Saúde | |
Cooperativas | 1.613 | 135 + 282 | 909 | 786 |
Cooperados | 1 milhão | 1 milhão + 103,7 mil | 9,8 milhões | 206,1 mil |
Empregados | 209,8 mil | 5,8 mil + 742 | 67,3 mil | 107,8 mil |
Para finalizar, os ramos mais buscados pelos brasileiros, de acordo com a nova classificação por ramos, são: Saúde, com 41%, Transporte, com 40%, Consumo, com 35%, e Crédito, com 34%.