O cooperativismo no mundo: história e desenvolvimento
O resultado expressado pela atuação do cooperativismo no mundo é, de fato, relevante. O que reflete a importância que essa modalidade tem ganho nas últimas décadas.
Tudo começou no ano de 1844, em Rochdale-Manchester, na Inglaterra. Na época, um pequeno grupo de 28 operários, a maioria tecelões, procurava uma maneira econômica de atuar no mercado. O grupo resolveu, então, unir-se para criar uma válvula de escape frente ao capitalismo.
Assim surgiu a Rochdale Quitable Pioneers Society Limited (Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale), classificada como a primeira cooperativa moderna do planeta. Essa modalidade se transformou em um empreendimento de gestão transparente e democrática. Nela, os rumos do negócio obedecem à decisão da maioria.
O movimento cooperativista é um modelo socioeconômico alternativo, mais justo e mais humano. Ele é focado no equilíbrio socioeconômico de seus cooperados, além de ser uma alternativa eficaz em termos de produtividade e sustentabilidade das nações. Um prato cheio para tornar o cooperativismo no mundo algo digno de destaque.
Números do cooperativismo no mundo
Atualmente, as cooperativas estão presentes em mais de 150 países. Elas empregam 280 milhões de pessoas, o que significa uma faixa de 10% da população do mercado formal.
Outro dado interessante é que 1 em cada 7 pessoas do planeta são associadas a uma cooperativa. Por outro lado, existem 1,2 bilhão de cooperados. Destes, 11,1 milhões são associados somente às cooperativas de trabalho. Dessa maneira, 12% da humanidade fazem parte de uma das 3 milhões de cooperativas existentes no globo.
Para quem ainda tem dúvidas quanto ao protagonismo do cooperativismo no mundo, vai aí uma notícia: se as 300 maiores cooperativas do mundo fossem um país, seriam a 9ª maior economia do planeta. Todos os dados apresentados são da ACI e do Sistema OCB, divulgados no Anuário Brasileiro do Cooperativismo 2020 pela revista Mundo Coop.
No Reino Unido, por exemplo, a Co-operatives UK revelou através de um estudo que 59% dos consumidores dizem confiar nas cooperativas. Por outro lado, somente 35% demonstram confiança nas empresas privadas. Outro dado importante diz que 49% dos britânicos preferem escolher um negócio cooperativo ao consumir produtos ou serviços.
Dados internacionais curiosos
Agora você vai saber que:
- 92% da exploração mineral na Bolívia é feita por cooperativas;
- A maior rede bancária da França, o Credit Agricole, é uma cooperativa que detém 59 milhões de clientes e 24% do mercado francês;
- 80% de todos os fertilizantes produzidos na Índia originam de cooperativas;
- A maior rede de supermercados de Israel é uma cooperativa;
- 92% de todo o alimento produzido no Japão vem de um cooperado;
- 98% da produção de leite da Nova Zelândia é feita por cooperativas;
- 95% da produção de leite do México é feita por cooperativas.
Fonte: Sistema Ocepar
Cooperativismo no Brasil
Nos dias atuais, o movimento cooperativista no país tem seguido a tendência internacional e expandido consideravelmente. Situação que tem gerado emprego e renda, assim como melhores condições de vida aos cooperados.
Afinal, o número de brasileiros que se uniram ao cooperativismo nos últimos oito anos aumentou 62%. O que gerou um crescimento de 43% na oferta de empregos.
A Pesquisa Nacional do Cooperativismo, realizada em 2018, concluiu que 40% dos brasileiros conhecem o cooperativismo. Desses, o maior índice está dentro das classes mais altas, o que alcança 66%. Ou seja, o movimento não deve ser relacionado apenas às classes baixas.
Quanto à receita bruta acumulada das cooperativas, a cifra chegou a R$ 259,9 bi. Entre pagamentos de salários e benefícios a funcionários, foram R$ 9 bi injetados na economia naquele ano; em tributos, R$ 7 bi.
Os números informados têm como fonte o Sistema OCB, através do Anuário Brasileiro do Cooperativismo de 2020 da revista Mundo Coop.
Aproveite para ler também os artigos Entenda as principais vantagens do cooperativismo e Cooperativismo e desenvolvimento sustentável.