Distribuição do cooperativismo no Brasil por gênero
De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2021, com foco no fechamento de 2020, houve um crescimento considerável do cooperativismo no Brasil. Em 2019, a quantidade de cooperados no país era de 15,5 milhões. Já em 2020, esse número saltou para a casa dos 17,2 milhões.
Isso significa um crescimento de cerca de 11% no quadro, ocorrido mesmo em um período conturbado de pandemia. As informações foram retiradas do estudo citado, publicado pelo Sistema OCB (Organização das Cooperativas do Brasil).
Cooperativismo no Brasil por gênero
O anuário também aponta a divisão por gênero nesse estudo. Em 2019, 62% dos cooperados eram homens, enquanto 38% eram mulheres. No ano seguinte houve alteração. Agora, os homens são 60%, enquanto as mulheres chegaram aos 40% de participação.
Entre os sete ramos do cooperativismo, o de Saúde se destaca quanto à representatividade feminina. Ao todo, 53% dos cooperados são mulheres. No Ceará, em termos gerais, 56% do quadro social é representado pelo público feminino.
O Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2021 segmenta de maneira bem exemplificada a distribuição por gênero e ramo do quadro social. Vamos replicar esses números logo abaixo. Veja:
É possível perceber com esses dados que os ramos de Consumo e de Crédito possuem uma divisão quase igualitária entre os cooperados no quesito gênero. Por outro lado, os ramos Agropecuário e de Transporte mostram uma distância enorme entre ambos.
Distribuição por gênero e ramo dos dirigentes
É certo que as mulheres têm conquistado seu merecido espaço nas cooperativas pelo mundo, mesmo que os números ainda não sejam os ideais. Afinal, os 7 princípios do cooperativismo expressam os valores de igualdade e liberdade do movimento.
Ou seja, os princípios democráticos oferecem às mulheres a capacidade de terem uma palavra igual à dos homens nas decisões. Assim como a capacidade de assumirem funções de liderança nessas organizações.
No Brasil, cerca de 48% das vagas de trabalho em cooperativas são preenchidas por mulheres. Mas a relação é baixa quando se trata de cargos de liderança. Apenas 24% delas ocupam cargos de direção, conforme já mostramos em nosso artigo A presença das mulheres nas cooperativas.
Entretanto, o Anuário do Cooperativismo atual mostra que somente 17% das mulheres ocupam cargos de presidência ou vice-presidência no país. Veja essa relação abaixo por ramo:
Nenhum dos ramos do cooperativismo no Brasil consegue mostrar uma situação igual entre homens e mulheres em cargos de presidência ou vice-presidência. Apenas o ramo de Trabalho, Produção de Bens e Serviço possui um número um pouco melhor nesse caso.
Mulheres na Baalbek Cooperativa Habitacional
A Baalbek Cooperativa Habitacional, por sua vez, quebra essa máxima de que os homens são maioria em um ambiente de trabalho. Afinal, cerca de 70% do seu quadro de colaboradores são mulheres. Um número que realmente supera a média nacional e que mostra o respeito da cooperativa ao profissionalismo feminino.
Um desses exemplos é a Conselheira Diretora Administrativa Sandra Lopes, que faz questão de salientar que nunca se sentiu discriminada no ambiente de trabalho por parte dos homens.
“Desde que cheguei na Baalbek não passei por isso em nenhum momento. Todos os demais diretores são homens e sempre fui muito bem recebida por eles. Sou bem ouvida. Às vezes, há divergências nas opiniões, mas sempre entramos em um consenso.”
Quanto ao expressivo número de participação feminina na Baalbek, a Conselheira Diretora tem sua opinião: “A Baalbek tem uma sensibilidade com o nosso associado, e a mulher tem essa receptividade ao atendê-lo. Além disso, ela tem seu espaço aqui dentro porque ela também mostra sua competência”.
Saiba mais sobre as mulheres no cooperativismo em nosso artigo A presença das mulheres nas cooperativas.