O que é estaqueamento?

Você pode até não saber exatamente o que é estaqueamento. Porém, é bem provável que você já tenha ouvido falar na expressão “bater estaca” quando alguém comenta sobre alguma obra. Ou até mesmo já deve ter percebido em um terreno equipamentos mecânicos que causam ruídos altos e pesados quando estão em atrito com o chão.

Estaqueamento, à grosso modo, é o que nasce embaixo do terreno, a raiz de uma casa. Sua realização é de extrema importância para que a construção tenha uma base forte, já que ele faz parte de um dos tipos de fundação utilizados para erguer uma residência.

Para que fique mais claro de entender, o estaqueamento é necessário em alguns terrenos que apresentam solo mais instável, popularmente conhecido como solo mole. Ou seja, o chão não apresenta capacidade de suportar elevadas cargas ou está sujeito a processos erosivos. Nesse caso é preciso estaquear para que o peso da construção seja suportado a fim de deixá-la estabilizada, e sem que haja danos no futuro.

Um exemplo simples é imaginar uma casa com 120 toneladas que precisa se manter estabilizada no solo por toda a sua vida. No entanto, esse chão não oferece uma firmeza aceitável, ou não dispõe de solidez alguma, como é muito comum na costa litorânea.

A resolução desse problema seria justamente a realização de uma fundação através de estacas. Essas estacas podem ser feitas de aço, concreto pré-moldado, concretada in loco ou pela combinação dos exemplos citados. Seu destino é o “firme” do solo, após ser cravada com o auxílio de ferramentas ou maquinários.

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Processos anteriores ao estaqueamento

Para que o estaqueamento correto seja aplicado a um terreno, existem fases prévias que a maioria das pessoas não tem o conhecimento. Provavelmente porque nunca acompanharam uma obra antes, o que é mais comum que você possa imaginar.

Portanto é preciso entendê-las para que fique mais claro a necessidade desse processo discutido nesse nosso artigo.

Análise do solo

Tudo começa com a análise do solo como parte do preparo do terreno. Aqui deve ocorrer a demarcação do lote, feito através de um topógrafo.

Esse profissional irá demarcar a área com a finalidade de se certificar de que não haverá invasão de espaço alheio e, por consequência, uso indevido da terra.

Levantamento planialtimétrico

Agora é o momento de entender os detalhes desse terreno, tais como medidas planas, ângulos e diferenças de nível (inclinação). Esse também é um trabalho para um topógrafo, que deverá utilizar uma orientação estática próxima para que seja referência dentro do lote.

O levantamento planialtimétrico une os levantamentos planimétrico, que mede as projeções horizontais de um terreno, e o altimétrico, ligado às definições da altura da área para saber o grau de declive.

É nessa fase que se entende se haverá necessidade de preencher um buraco com terra ou de tirar o excesso, se for o caso. Como curiosidade, é preciso que uma residência fique entre 50 e 60 centímetros mais alta que o nível da rua para evitar que uma enchente cause inundação.

Sondagem ou aterro

Os tipos mais usuais de sondagens existentes são o cone in-situ – CPT  e o SPT (Standard Penetration Test ou Ensaio de Sondagem à Percussão).

A sondagem CPT é feita por uma máquina que crava uma espécie de estaca pontiaguda que irá perfurar o solo para analisar sua resistência. É quando se consegue entender todo o perfil de um terreno.

Por outro lado, pelo SPT tem-se a ideia de mostrar a composição de todas as camadas do solo, se há areia, argila, rocha, água, entre outros. É realizado por um tripé com barras de ferro que extraem amostras fatiadas do solo.

No projeto de construção de um edifício são realizados, normalmente, os dois tipos de sondagens. Para uma casa, por ser algo menos complexo, pode-se até aplicar um tipo apenas. Um profissional gabaritado e experiente na área consegue identificar qual o melhor caminho a seguir.

O intuito disso tudo é encontrar onde está o solo firme para a obra e qual a fundação a ser utilizada para a raiz da casa.

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Como funciona o estaqueamento?

Após a complementação de cada um dos processos apresentados, é hora de iniciar a fundação. Cada construção dependerá do seu peso e extensão para o uso de estacas. Deve-se levar em consideração os pontos que suportarão mais peso, como aqueles que receberão as escadas e a caixa d’àgua, por exemplo.

Um sobrado pode pesar muito em um espaço determinado. Entretanto, uma casa térrea se estenderá mais pelo terreno e exigirá pontos distintos de fundações. Essa análise ocorre com o auxílio dos três processos anteriores.

Pode ser que cada cidade exija mais de um tipo de fundação devido ao tipo de solo encontrado. Para os projetos da Baalbek, em Mongaguá, é mais comum a necessidade da utilização de estaca cravada, introduzidas no solo através de percussão ou vibração. Isso ocorre porque o solo firme naquela região está muito profundo.

Já em Itanhaém, há terrenos em que a estaca cravada é a única escolha. Porém há outros em que o solo trabalhado é firme e sugere o uso de sapatas ou brocas manuais, que são fundações mais superficiais.

Pode não parecer, mas a fase da fundação é a mais importante de uma obra. Sendo assim, não se engane quando uma construção levar um certo tempo para iniciar a execução das vigas e começar o assentamento de tijolos.

Saiba que isso só se torna possível depois que a base (fundação) estiver definitivamente pronta para aguentar todo o peso que será lançado sobre ela.

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